terça-feira, 1 de maio de 2012

Mike Shinoda Fala sobre o Novo Álbum do Linkin Park e faz o seu Top 5 de Rappers

Jeff Sanico do Complex.com entrevistou recentemente Mike Shinoda, enquanto eles falavam sobre o novo álbum do Linkin Park (eles conseguiram uma prévia do álbum) e sobre BURN IT DOWN, eles também conversam sobre vários outros assuntos. Por exemplo, Mike comenta que o Linkin Park quebrou alguns recordes com BURN IT DOWN, ele fala que no momento eles estão masterizando o LIVING THINGS (embora o processo já possa ter terminado desde que a entrevista foi feita), Mike fala sobre o processo de composição das música da banda, ele até mesmo nos dá uma fonte de possíveis remixers (talvez para os remixes do LIVING THINGS). Mike também comenta que tem mais rap nesse álbum do que nos trabalhos passados da banda, ele fala sobre Rick Rubin e muito mais. Vale também comentar que o site deu uma prévia da letra de Until It Breaks: “I’m a Banksy / You’re a Brainwash / Get the picture like that?” Confiram a entrevista COMPLETA abaixo:

 

Quando a banda baseada no “encontro do rock com o rap”, Linkin Park, lançou seu primeiro álbum, Hybrid Theory, eles conseguiram bater Britney Spears tornando seu álbum o mais vendido de 2001. Esse nível de sucesso os assustou. Após lançarem seu segundo álbum, Meteora em 2003, eles se reuniram e ressurgiram quatro anos depois com um som completamente novo que causou um alvoroço entre seus fãs leais.


Os álbuns Minutes to Midnight e A Thousand Suns tiveram a assinatura sonora do lendário produtor, Rick Rubin. Rubin também está por trás do trabalho de estúdio mais recente da banda, Living Things, que está agendado para sair em 26 de Junho.


Na última Sexta, Complex teve a chance de ouvir algumas faixas e conversar com o co-fundador e MC do Linkin Park, Mike Shinoda. Ele é um cara inteligente com uma opinião interessante sobre o lugar da banda na história da música.


As novas músicas têm um som polido, grande e moderno, mas posseum também aquele ritmo forte e caloroso que Rick Rubin concede a elas. O Linkin Park evoluiu de artista da MTV para artista de classe e o MC Mike Shinoda deixa isso bem claro no rap pesado de “Until It Breaks” do Living Things. Ao longo de uma camada pesada de bateria, ele fala com confiança, “I’m a Banksy / You’re a Brainwash / Get the picture like that?” “(Eu sou seguidor de Banksy / Você, da lavagem cerebral / Consegue ver a figura dessa maneira?)” Sim, nós vemos a figura.


Entrevista de Jeff Sanico


Você se mantêm atualizado nas coisas do rap?


Eu acho que sim. Hoje em dia as coisas se movem bem rápido. Existem muitos tipos de sub-gêneros, então tudo vai depender do que você está falando. Por exemplo, ainda esta manhã eu ouvi falar desta música. É um remix do Foster The People de “Blue Jean” (de Lana Del Rey) que conta com o rap de Azealia Banks. Ela é demais. O cara que está mixando nosso cd estava mixando o dela antes e eu falei para ele, “Cara, eu posso espiar?” Estou muito ansioso para ouvir o material de Azealia Banks.


O que te anima mais no novo álbum do Linkin Park?


O fato dele não perder a criatividade das coisas novas e ao mesmo tempo trazer de volta a energia do antigo material. É uma espécia de som abrangente. Eu sinto que conseguimos pegar todas as coisas que aprendemos até agora e colocamos tudo isso junto em cada música, mantendo o vigor de novidade e uma visão futurística.


Sempre que entramos em estúdio nós reagimos muito mal à sensação de que algo parece um retrocesso ou uma repetição das coisas que já fizemos — contanto que pareça que estamos dando um passo a frente, qualquer coisa soa bem. Esse álbum reflete várias coisas diferentes e aleatórias que aprendemos pelo caminho. Eu acho que o “novo álbum” de qualquer artista, é o seu favorito.


Nós estamos imersos nesse cd há um ano. É como se ainda estivéssemos no olho da tempestade. Todo o meu foco está em deixar esse álbum perfeito e apresentá-lo para os fãs da maneira que eu penso ser perfeita. O cd nunca será perfeito, mas nós damos o nosso melhor para fazer dele o melhor que ele possa ser. Estou emocionado sobre esse álbum, eu não poderia estar mais ansioso para que as pessoas o ouçam.


Quão perto de ser finalizado está o novo álbum?


Estamos masterizando-o agora mesmo, então ele está praticamente terminado. Será lançado em 26 de Junho. O single “Burn It Down” acabou de sair. Começamos a analisar o retorno que conseguimos com ele, a respeito da recepção das pessoas, e tem sido incrível.


Os dois primeiros dias após o lançamento nos renderam o maior tráfego online da história da banda — isso quebrou todos os tipos de recordes pessoais. Foi muito bom em comparação com as coisas nos últimos anos. A indústria em geral é meio… bom ás vezes é difícil dizer onde os valores referenciais estão, porque nós vivemos na bolha da indústria musical.


Em comparação a isso, tudo pode parecer pequeno. Depende se você é otimista ou não. Eu não acho que sejamos pessimistas, então nós apenas tentamos, vivemos o momento e somos felizes com as metas que definimos e com as maneiras que usamos para alcançá-las.


Como é o processo de criação de uma música do Linkin Park?


Nosso processo é bem solto. Às vezes começamos uma música com piano, às vezes com uma batida ou já com a letra. Às vezes as letras são escritas, re-escritas e separadas milhões de vezes. Em outras situações você apenas vai até o microfone e começa a cantar o que vier na sua cabeça, um estilo bem livre mesmo, e isso acaba entrando no álbum.


Depende da ideia e do que é bom para a música. Algo que sempre vai estar na mente da banda é o fato de que antes do álbum Hybrid Theory, a banda se chamou Hybrid Theory, porque essa era a nossa filosofia desde o primeiro dia. Nós gostamos de vários tipos de música diferentes e eles são bem específicos.


Nós não chegamos e falamos, ‘oh, vamos mixar rap e rock. Que tipo de rap você gosta? Que tipo de música eletrônica e de rock você gosta?’ Nossos gostos eram diferentes das coisas que faziam sucesso naquele momento.


Se você parar para pensar na diferença entre, basta usar Kid Rock como um exemplo fácil. Os pontos de referência dele eram Run-D.M.C. e country rock. Nossas referências estavam mais na veia de Depeche Mode, The Roots, Deftones, Nine Inch Nails e coisas do tipo. Enquanto ele era bem agressivo, o que nós chamamos “frat-rock”, nosso estilo era mais sombrio e introvertido, às vezes.


Avançando rapidamente até os dias atuais, eu sei que nossos gostos musicais evoluíram e ampliaram-se bastante. Nós ouvimos muito mais coisas agora, então, juntar todo esse material torna-se cada vez mais difícil, mas ao mesmo tempo, cada vez mais emocionante, ao você sentir que conseguiu fazer bem feito.


Sua base de fãs tem percebido a evolução?


Os dois primeiros álbuns foram um turbilhão. Hybrid Theory foi o álbum mais vendido mundialmente naquele ano. Nós batemos Britney Spears, o que nem sequer fez sentido para nós. Alguns anos mais tarde, decidimos que deveríamos voltar e basicamente mudar tudo que estávamos fazendo ou então estaríamos presos fazendo aquilo para sempre.


Nós acabamos fazendo um álbum chamado Minutes to Midnight, foi como dar uns passos para longe do conhecido e aprender como fazer algo diferente. O último álbum se chamou A Thousand Suns e representou um afastamento completo. Nós deixamos completamente o campo, para as pessoas que estavam acompanhando a banda.


Mas para nós, foi um passo necessário. Sabíamos que entrar naquele caminho seria realmente polarizante. Exigiria muito esforço da parte dos fãs, para se acostumarem com aquilo, o que é pedir muito das pessoas. Porque foi um álbum conceitual, as duas primeiras músicas do álbum foram instrumentais e não tinham absolutamente nenhuma estrutura tradicional — você não ouvia uma música propriamente dita até a 3º faixa.


Nós definitivamente perdemos e ganhamos fãs. Se você olhar nas reviews no iTunes, você encontrará tanto uma, quanto cinco estrelas. Todos amaram ou odiaram o cd. Era meio que o objetivo. Deixando tusdo isso de lado… nós amamos aquele álbum e nos divertimos muito produzindo-o e fazendo a turnê dele. Ele funcionou da maneira que nós queríamos.


Então, ao começar a produzir este álbum nós nos perguntávamos, ‘qual será o próximo passo para nós, criativamente? Em que estamos empolgados para trabalhar?’ E nós achamos a resposta. Definitivamente, nós sentimos como se houvesse uma sede por algo que fosse bastante “Linkin Park”, e nós queríamos proporcionar isso a todos. Nós temos afastado isso por um longo tempo e sentimos que agora seria um bom momento para trazer de volta. Estamos entusiasmados em fazer esse cd. Estamos ansiosos para que as pessoas o escutem.


Já que você é um rapper, me diga quais são os 5 melhores rappers pra você?


Eu não acho que haveria alguma surpresa. Os típicos MCs favoritos das pessoas são Nas, Biggie e Rakim, etc. Vamos completar os cinco… Pac e Em. Então, quem são os cinco que não seriam esperados no top 5 de alguém mas que deveriam estar?


Para mim, acho que Redman, eu diria com certeza Sean P, que eu acho um gênio. Eu iria com Mos Def e também com Black Thought. Quem é da Costa Leste cara… quem faz as merdas de lá? É difícil, cara. O Leste tem estado menos lírico. Na verdade eu não disse Scarface, eu iria também com o Scarface. Face é retardado, ele é incrível.


Para mim é isso, sempre foi sobre este tipo de escrita. Na maioria das vezes, o material do qual eu realmente gosto, é aquele que não vai parar nas rádios. As coisas das quais eu gosto não fazem o tipo das rádios.


E sobre novos artistas como Danny Brown e gente desse tipo?


Eu amo Danny Brown! Eu baixei um remix de 3:33min de “Blunt After Blunt”. Um fato sobre ele é que ele é muito selvagem. Ele é realmente honesto de um jeito esquisito. Ele não regula as coisas, o que pode ser algo ruim para muitas pessoas.


Por exemplo, você meio que deseja que Jose Canseco tenha um filtro pra se regular porque você se sente mal por ele. Mas você não se sente assim em relação ao Danny. O Danny não tem a merda dos dentes da frente, entende?


Seja você mesmo e a massa provavelmente não vai te entender — mas fodam-se. Ele é incrível. Eu sou provavelmente o mais animado em relação à Azealia Banks. Eu estou realmente entusiasmado com o fato de Earl Sweatshirt estar compondo novamente. Eu sinto como se ele não tivesse atingido seu máximo, mas assim que ele atingir ele será muito especial, para pessoas como eu.


Oh, eu amo o álbum do Death Grips também. Você já ouviu? Eu não sei muito sobre o que ele fala, é muito difícil entender por que ele grita muito. Mas é o seguinte, é tão punk rock para um álbum de rap que eu ainda estou me acostumando. Mas, o primeiro álbum deles é um dos meus favoritos dos últimos 10 anos. É tão alucinante, é muito diferente.


Pra mim, são todos esses tipos de coisas. Por exemplo, A$AP Mob é legal. Oh, Tito Lopez. Cara, a música dele chamada “Mama Proud” ou algo do tipo. Ele soa literalmente como um cruzamento entre Ras Kass e Tupac e ele é realmente lírico. Ele definitivamente está no meu atual Top 10 de observação. Eu acho ele é muito alucinante.


E sobre a ponta de produção? Há alguém por aí de quem você gostaria de ganhar um remix?


Tem muitas coisas eletrônicas. Eu estou meio na vibe de Glitch Mob e Datsik. Nós estamos pensando em pegar alguns remixes com pessoas dessa área. A idéia de pegar um remix do Lex Luger é muito alucinante pra mim, mas teria que ser da música certa.


Nosso primeiro single chama-se “Burn It Down” e ele é do tipo 4×4, uma junção de mais ou menos 120 batidas por minuto, então eu imediatamente comecei a me perguntar, o que Nero e Rusko estão fazendo? Aquele ritmo é quase como se fosse especialidade deles, então foi por isso que eu comecei a pensar no que seria um bom ajuste. Se eu desse aquela música ao Scoop Deville, ela não levaria ele ao sucesso.


Quem mais você acha que pode estar aparecendo no reino eletrônico?


Eu na verdade me surpreendi bem recentemente, eu ainda não estava bem familiarizado com Nero e já havia outro cara chamado Excision e também Datsik. Eu só ouvi falar deles no ano passado. Meu melhor amigo na universidade, no final dos anos 90, se interessava bastante por hardcore, tecno e jungle.


Essas eram as coisas que ele procurava em clubes e locais do tipo. Ele também era um pegador e um drogado. E ele era tipo, meu melhor amigo. Ele fazia para mim esses mixtapes de 90 minutos e eu nunca sabia quem eu estava ouvindo. Era tipo 90 minutos de música incrível e eu não fazia ideia quem eram aqueles artistas.


O que você procura em uma batida para que tudo flua bem?


Tem mais rap nesse álbum do que em qualquer coisa que a banda tenha lançado nos últimos anos. Neste momento, tem que haver um ritmo para mim. Rick Rubin e eu estávamos falando sobre tentar colocar rap onde ninguém esperaria. Se a faixa realmente não soasse como uma de hip-hop, então eu tentaria colocar rap nela. De vez em quando, isso realmente funciona.


Ficamos muito animados quando deu certo. E então, eu percebi que na maior parte do tempo eu pensava que rap e batidas eram quase que inseparáveis. Meu iPod estava no aleatório hoje mais cedo e eu ouvi “Double Trouble” com Black Thought e Mos Def, e claramente eles apenas seguem a batida. Os versos e a batida foram feitos um para o outro. É como uma coisa só — não duas.


Então para mim, trata-se de quando eu consigo entrar naquele ritmo, ouvir aquela faixa e ficar inspirado até que as palavras comecem a sair. O material mais novo que eu tenho feito tem sido do tipo muito mais intuitivo e fora do papel.


Basicamente o que estou fazendo é saltar na trilha com nada escrito e se algum material bom surgir, eu usarei uma parte e escreverei algo entre eles. Eu o tomarei, parte por parte, e anotarei algumas coisas para lembrar por onde eu estive. É um processo fluído e esquisito. Alguns dias ele leva horas, outras vezes ele toma dias.


Quem seriam os antepassados do gênero do Linkin Park?


Se você quer voltar bem no caminho, a ideia de fundir o rock sinérgico e algo do tipo soulful — o que naquele tempo teria sido chamado de “black music” — foi do Led Zeppelin. Eles realmente estavam pegando blues e coisas do tipo e fundindo com o que acabou sendo chamado de heavy metal. Eles foram os antepassados disso.


Depois você chega ao Run D.M.C e aos Beastie Boys. Eventualmente você se depara com Rage Against the Machine e coisas do tipo. Meu amigo meu disse uma vez, “eu acho que o maior sucesso de toda banda de rock é uma música de rap”. Se você começar a pensar nisso, é realmente engraçado.


Você começa a analisar “When the Levee Breaks”, “We Will Rock You”, você pensa em Blondie, The Beatles e até mesmo em David Bowie. Essas músicas… elas têm uma forte batida ao fundo e têm também uma qualidade rítmica que é muito do hip-hop.


Ele comenta “vocês ganharam a vida fazendo isso. Vocês não tropeçaram acidentalmente nisso em uma faixa”. Em graus variados e resultados diversos… Mas foi em meio a isso que nós crescemos então é isso que fazemos naturalmente.


Você acha que o Beastie Boys mudou o mundo?


[Risos] Sim! Eu nunca pensei nisso nesses termos. O que foi incrível sobre eles foi que, digamos assim — o primeiro disco de vinil que eu comprei que me definiu, foi o deles. Antes disso, eu tinha comprado alguns outros discos, os quais eu estava ouvindo apenas por serem populares. Já aquele foi mais do que isso.


Foi como um momento importante na minha vida. Era um álbum sobre festas e sobre ser bobo ou o que quer que seja, mas o que eu percebi depois foi que o que me animou em relação a eles, foi o fato deles estarem quebrando barreiras e estereótipos e eu acho que eles não tinham essa intenção, era como se eles estivessem fazendo isso inconscientemente. Porque eles partiram do punk rock, eles vieram de um lugar em Nova Yorque onde tudo estava meio que… misturado.


Eu não percebi isso na época mas eu sei disso agora porque, trabalhando com Rick, eu ocasionalmente vou perguntando sobre histórias daquela época, como isso ou aquilo aconteceu. É incrível. O cara é um pedaço de história andando por aí, você consegue tirar essas histórias dele de vez em quando e ouvir ele falando sobre como foi feita minha música preferida de todos os tempos. Não há nada mais legal que isso.


Rick Rubin é uma lenda no ramo.


Rick e eu produzimos os últimos três álbuns juntos. É engraçado ver Rick entrar no modo hip-hop. Para deixar bem claro, o motivo de Rick ser uma escolha tão boa para nós é que nossa intenção com os nossos álbuns é reunir todas as nossas ideias, gêneros e épocas diferentes que gostamos de ouvir, e tornar isso tudo uma coisa nossa.


Essas coisas não estão sendo inventadas, isso é apenas uma expressão de quem somos e de toda a merda que nós seis temos ouvido. E Rick não só entende todo pequeno ponto de referência que nós o damos, por gostar da mesma merda, mas ele também tem trabalhado em muitos desses álbuns.


Ele produziu álbuns nesses estilos, de Run-D.M.C. a Metallica, de Metallica a Johnny Cash. Então ele pode nos mostrar técnicas específicas no estúdio que servem para inspirar tal tipo de performance, e como conseguir tal som para uma parte de uma música. Avançando um pouco, às vezes Rick entra no modo hip-hop. Você consegue ouvir as engrenagens girando na cabeça dele.


Tipo, “certo, vamos fazer algumas batidas para essa canção” e nós faremos alguma coisa e ele dirá, “mude essa parte e ponha a batida aqui. Oh, eu gosto da batida nesse lugar por tal motivo e aquela ali deveria soar com aquela outra”. É como um computador, tipo, ele abre a pasta e apenas aparece o arquivo. É incrível assistir e é engraçado porque quando você, como artista, alcança algo por conta própria e impressiona ele, é ainda mais satisfatório do que apenas impressionar a você mesmo.


Fonte: mikeshinodaclan.com

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